CONTEÚDO TÉCNICO 

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INVESTIR EM ENERGIA SOLAR OU DEIXAR O DINHEIRO NO BANCO?

14 de  Dezembro de 2020 - Mateus Vinturini (CANAL SOLAR)

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Decidir onde investir dinheiro não é uma tarefa fácil. O mercado de investimentos é amplo, com produtos que abrangem ativos de baixos e altos riscos e rentabilidades.

 

O grande aumento do número de investidores do tipo pessoa física na bolsa de valores é prova da maior busca das pessoas comuns em diversificar seus investimentos.

 

É natural então que surja entre os investimentos uma certa “competição”.

 

Onde devo investir o meu dinheiro? Quais os riscos que estou disposto a correr por tal rentabilidade? São questões que surgem ao nos deparamos com todas as possibilidades de aporte financeiro. Com a energia solar não é diferente.

 

Para o consumidor que faz estes questionamentos, é natural buscar uma maneira de comparar o investimento em energia solar com outras formas de investimentos no mercado financeiro de uma forma geral.

 

Para ilustrar as possíveis escolhas de investimentos, vamos comparar os fluxos de caixa acumulados entre um sistema solar pago à vista, um sistema solar financiado, um sistema solar cuja economia com a energia é reinvestida, um investimento com rendimento igual à taxa SELIC (como, por exemplo, o Tesouro Direto Selic), um investimento com rendimento de 5% (CDB de bancos) e 12% (fundos de risco médio ou alto). Vale lembrar que, via de regra, quanto maior o risco do investimento maior é o retorno financeiro.

 

O fluxo de caixa acumulado nada mais é que a soma do resultado financeiro para determinado ano somado com o resultado dos anos passados. Desta forma, conseguimos avaliar o acúmulo de dinheiro no tempo.

 

O sistema solar analisado corresponde a um sistema residencial de 4 kWp instalado na cidade de Campinas, com custo final de R$ 20.000, capaz de gerar 6500 kWh/ano.

 

A economia gerada pelo sistema é calculada utilizando uma tarifa de energia de R$0,78 e decaimento de geração anual do sistema de -0,9% ao ano.

 

Para os investimentos concorrentes, vamos assumir que a liquidez é elevada, ou seja, que não há prazo mínimo para retirada do montante inicial mais os juros captados.

 

Sabemos que a liquidez do investimento principal no solar, isto é, a venda do equipamento solar do proprietário para outra pessoa, é muito incomum.

 

Portanto, não podemos assumir que os R$ 20.000 do custo do sistema possa ser “sacado” do investimento, ao contrário dos investimentos concorrentes.

 

Para refletir essa diferença de liquidez, no fluxo de caixa acumulado o sistema solar que é pago à vista representará um valor inicial negativo de R$20.000, enquanto os investimentos concorrentes vão estar representados por um valor inicial positivo de R$20.000.

 

Essa diferença de liquidez significa que na compra do sistema fotovoltaico o montante investido é imobilizado e precisará ser recuperado, razão pela qual ele aparece como um valor negativo no início do fluxo de caixa.

 

Por outro lado, em um investimento comum o capital colocado continua estando à disposição – ou seja, a pessoa continua possuindo o montante, que pode ser sacado a qualquer momento (na hipótese de liquidez imediata que estamos adotando).

 

É importante lembrar que esta visualização de fluxo de caixa acumulado não é capaz de quantificar o risco dos investimentos.

 

Porém, sabemos que o investimento em energia solar é muito seguro, afinal, a tendência de crescimento da tarifa de energia é forte e o Sol sempre nasce no outro dia, ficando o risco atrelado somente a defeitos dos equipamentos.

 

O Tesouro Direto Selic e o CDB de bancos também apresentam pouco risco, porém, pouca rentabilidade. Fundos de investimento que possuem em sua carteira ações, dividendos, derivativos, dólar e outros instrumentos financeiros estão muito mais expostos aos riscos do mercado como, por exemplo, as crises econômicas (2008, 2016 e agora, 2020), variabilidade do dólar e cenários interno e externo.

 

Começaremos comparando os desempenhos financeiros dos seguintes investimentos em energia solar e de dois investimentos financeiros de baixo risco:

 

  • - Sistema solar pago à vista;
  • - Sistema solar financiado (12% a.a. em 5 anos);
  • - Tesouro Direto Selic 2%;
  • - CDB 5%.
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O gráfico da Figura 1 mostra o fluxo de caixa acumulado ao longo de 25 anos para cada um dos investimentos analisados.

Figura 1: Fluxo de caixa acumulado de diferentes investimentos: sistema solar adquirido à vista, sistema solar financiado, Tesouro Direto Selic e CDB bancário

Como podemos notar, mesmo considerando a diferença de liquidez entre os investimentos, o investimento em energia solar a médio e longo prazos tem desempenho melhor que os investimentos de baixo risco.

 

Para analisar o desempenho do sistema solar frente aos investimentos de risco maior, vamos comparar agora os seguintes investimentos:

 

- Sistema solar pago à vista, sem reinvestimento da economia da conta de luz;

- Sistema pago à vista cuja economia gerada na conta de luz é reinvestida em um investimento de 2% e 5% a.a;

- Fundo de investimento com retorno de 12% a.a.

Figura 2: Fluxo de caixa acumulado de diferentes investimentos: sistema solar adquirido à vista, sistema solar adquirido à vista e com economia da conta de luz reinvestida (5%), fundo de investimento de alto risco (12%)

Encontrar um investimento que renda 12% ao ano não é difícil. Porém, encontrar um investimento de baixo risco que renda 12% a.a. por 25 anos e, ainda mais, sem intervalos de perdas, se torna uma tarefa que beira o impossível. Torna-se evidente então o benefício do investimento no sistema fotovoltaico.

 

Podemos afirmar que uma boa parte dos clientes residenciais é atraída ao imaginar a economia proporcionada pelo sistema solar, e o que isso representa de dinheiro extra para a compra de bens de consumo e bem-estar no geral.

 

Porém, podemos pensar em outro cenário para a alocação de parte desta economia, como um investimento tradicional. Vamos supor então um segundo cenário: metade do dinheiro economizado é aplicado em um investimento de baixo risco de 5% a.a. ou em um investimento de alto risco de 12% a.a.

Figura 3: Fluxo de caixa acumulado com dois diferentes cenários de reinvestimento da economia gerada pelo sistema solar.

Neste último cenário, onde o cliente reinvestiu somente metade da economia anual do sistema, o investimento em energia solar ainda superou fundos de médio e alto riscos com taxas de retorno elevadas.

 

Os comparativos dos cenários acima mostram que mesmo para o cliente que se sinta confortável com investimentos no mercado financeiro e seus riscos, a instalação do sistema solar ainda é vantajosa.

 

 

Fonte: CANAL SOLAR - 14/12/2020

 

 

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